quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Virgílio Pedro Rigonatti lançará livro sobre deficiências


AUTISMO
Por Virgílio Pedro Rigonatti

Capítulo inédito do livro a ser lançado, que descreve aspectos particulares das pessoas com deficiências através de relatos pessoais e de familiares.

Esse é o capítulo sobre AUTISMO que tivemos o privilégio de participar. Nossa gratidão ao Virgilio Pedro Rigonatti, um dedicado pesquisador, que nos autorizou a divulgar esse texto antes do seu lançamento. Ele fala de forma sensível do Pedro Rosengarten Baptista e de nós. Tomara que o livro seja uma inspiração para todos, com e sem deficiências.

O autismo, ou Transtorno de Espectro Autista, TEA, é uma deficiência do encéfalo cuja origem não é totalmente conhecida, nem, tampouco, completamente entendida e classificada.

O encéfalo faz parte do Sistema Nervoso Central. É a estrutura mais complexa do corpo e a mais difícil de ser estudada. As demais partes – membros, músculos, veias, nervos... - e órgãos do corpo - coração, pulmão, estômago, intestino... – são passíveis de observação direta, sendo possível se abrir o corpo vivo, visualizar e entender seus trabalhos. Já com o encéfalo, pela sua sofisticação - emaranhado de nervos, neurônios, líquidos... - e intricada, complexa e delicada estrutura, não é possível a observação visual de seu funcionamento e extremamente difícil e arriscada uma intervenção direta.

Fortemente resguardado por uma estrutura óssea - o crânio - pelas meninges e pelo liquor, os quais minimizam os traumas provocados por choques mecânicos, o encéfalo é composto de cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Os dois últimos são ligados à área de coordenação dos movimentos e postura corporal, controlando os reflexos visuais e auditivos, a respiração, batimentos cardíacos e a vasoconstrição, além dos tônus musculares. Já o cérebro é um complexo sistema que determina a essência da personalidade de todo animal dotado de inteligência, especialmente no ser humano que atingiu um grau elevadíssimo de desenvolvimento.

O cérebro possui dois hemisférios constituídos por quatros lobos – frontais, parietais, temporais e occiptais – dispostos em pares, um em cada metade. A região mais externa, o córtex cerebral, abriga os neurônios e a mais interna abriga os dendritos e axônios que são prolongamentos dos neurônios encarregados de receber os impulsos elétricos vindos de todas as partes do organismo, encaminhar para o interior da célula, onde são processadas e interpretadas as informações, e de enviar as respostas e determinações elaboradas pelo conjunto neural. Entre os neurônios atuam neurotransmissores, as sinapses, que transmitem os impulsos elétricos entre um neurônio e outro, ou dele para uma célula muscular ou glandular. Os lobos dos dois hemisférios do cérebro comandam todas as atividades corporais, sendo que os da área esquerda controla o lado direito do corpo e vice-versa. Cada lobo possui funções próprias e específicas.

Todo movimento corporal e a atividade cerebral só são possíveis graças aos impulsos elétricos que percorrem, ida e volta, os sistemas nervosos como mensageiros das informações e estimulador das ações do organismo.

A mente é uma abstração que descreve as funções superiores do cérebro humano, relacionadas à cognição e comportamento, que propiciam a manifestação da natureza humana, definindo a personalidade do indivíduo, tornando-o consciente e único.

Tal qual a deficiência física, um organismo pode apresentar uma deficiência na composição do encéfalo, podendo ser congênita ou adquirida. Esta pode ser resultado de um acidente, de uma doença ou de uma hemorragia.

Guto Maia, um pai experiente por ter acompanhado o nascimento e o desenvolvimento de três filhos, estranhava o comportamento do seu quarto filho desde o parto. Notava a fraqueza física, percebendo a insuficiência de tônus muscular apresentada pela criança, a quem, ele e a esposa, Rossana, deram o nome de Pedro. Guto, além de calejado pela vida, estando em seu quinto casamento, tendo acompanhado o desenvolvimento dos três primeiros rebentos, tidos com esposas diferentes, era professor, pesquisador e curioso em todos os aspectos da vida. Preocupava-se com o estado do filho, embora o pediatra o confortasse e previa melhoras com o passar dos dias. Mas não era isso o que, realmente, acontecia.

Muito observador, Guto notava que Pedrinho não olhava para a mãe (Rossana Rosengarten) ao ser amamentado, comportamento usual de todo bebe, como ele se recordava dos outros três filhos, rememorando que eles, também, sorriam ao notar o olhar da mãe. Pedro não olhava, não sorria e não mamava. Não tinha força suficiente para o ato de sucção. Apresentava sinais de apatia, mas não chorava, o que causava muita estranheza aos pais, pois se algo o incomodava deveria chorar. Não atendia a chamados dos pais, aparentando surdez.

Atingindo a idade de engatinhar, Pedro não conseguia realizar o movimento, somente se arrastava no chão. Com mais de um ano de vida, não conseguia falar.

Sem saber e sem atinar as razões do estado do filho, Guto mudava de um pediatra a outro, sempre ouvindo que era necessário dar tempo para a criança se desenvolver, cada um tem seu jeito e o jeito do Pedro era assim. Recomendavam paciência e fé, com o tempo ele se fortaleceria e teria uma vida normal.

Impaciente e desconfiado de que algo errado estava ocorrendo com seu filho, Guto conversava com as mais diversas pessoas, tentando descobrir similaridade nas experiências alheias que o acalentasse, desse-lhe esperanças ou que, pelo menos, aclarasse a situação com a descoberta do que afetava Pedrinho. Ele tinha certeza de que algo anormal estava ocorrendo com o filho e se desesperava com o desconhecimento dos diversos médicos que consultava. Guto e a esposa estavam perdidos, desatinados, sem saber exatamente o que fazer. Se Pedro tinha algum problema – Guto e sua esposa acreditavam que sim – que o diagnosticassem para, pelo menos, trilhar um caminho certo e seguro para trata-lo. A pior dor é não saber o que fazer para ajudar o filho. Se soubesse, por mais angustiante que pudesse ser, poria toda sua energia focada a dar melhores condições de vida para o menino. O desconhecimento potencializava o sofrimento do casal, aumentava a agonia, atormentava o dia a dia, elevava o nível de desespero.

No limiar do século XXI, quando Pedro era bebe, pouco se sabia sobre autismo no Brasil. Sua manifestação era desconhecida pela grande maioria de pediatras, mesmo porque podia ser confundido, como era o caso dele, com problemas musculares ou atraso no desenvolvimento neurológico, como ocorria com inúmeras crianças.

Somente quando Pedro completou doze anos é que um médico do Hospital das Clínicas diagnosticou a deficiência dele: autismo. Segundo o neurologista, ele tinha a Síndrome de Asperge, um grau mais leve da deficiência, menos agressivo e que tinha, até, segundo o médico, uma vantagem sobre os demais graus de autismo, pois muitos gênios da humanidade também apresentavam o mesmo quadro clínico.

Guto ficou incomodado com a observação de haver uma vantagem sobre os demais níveis de deficiência. Estudioso e humanista, não enxergava a situação pelo ângulo do mais ou menos benéfico ou vantajoso. Com o passar do tempo, convivendo com famílias de pessoas autistas, notava que alguns olhavam, sim, por este aspecto, muito embora alguns se vangloriassem justamente por ter um calvário de sofrimento maior por ter um filho com autismo de grau mais forte.

Por essa época do diagnóstico de Pedro, os estudos sobre autismo se desenvolveram muito rapidamente, com o progresso da medicina voltada para o estudo do cérebro, a área mais difícil de ser observada e compreendida.

Nos últimos tempos, chegou-se a um entendimento dos graus de funcionalidade do TEA, Transtorno de Espectro Autista.

Na baixa funcionalidade, a criança apresenta pouca interação, apresentando severos atrasos mentais e muita repetição de movimentos. Nestes casos, o indivíduo vai exigir tratamentos mais intensos ao longo de toda a vida.

Na média funcionalidade, apresenta, também, movimentos repetitivos e dificuldade de comunicação, embora em um patamar menor do que na baixa funcionalidade.

Na alta funcionalidade, os sintomas e comportamentos são mais leves, conseguindo estudar, trabalhar e, até, constituir família.

Na classificação de Savant, apresenta um quadro de talentos específicos, com alto grau de memória, embora apresentando déficits psicológicos.

Na Síndrome de Asperger os aspectos cognitivos e de linguagem não apresentam atrasos significativos, com memória privilegiada e uma melhor adaptação funcional.

As causas dos problemas não são, ainda, totalmente conhecidas, podendo ser por predisposição genética, fatores ambientais ou infecções durante a gestação. Entende-se, hoje, que para prevenção é importante evitar contágios, durante a gravidez, com ambientes de alto grau de poluição; não se expor a produtos tóxicos, cigarros; não ingerir bebida alcoólica; a mãe se vacinar contra a rubéola.


Os sintomas e indícios de autismo são, hoje, mais entendidos para se diagnosticar a deficiência: apatia; choro ininterrupto; falta de contato visual com a mãe, principalmente na hora de amamentar; surdez aparente; inquietação; pouca vontade de falar; repetição constante de palavras que ouve; movimentos pendulares e repetitivos do tronco, cabeça e mãos; ansiedade; agressividade; recusa de provar alimentos; dificuldade em aceitar novos brinquedos; resistência a mudança de rotinas; atraso no desenvolvimento físico, com fraco tônus muscular; isolar-se em seu próprio mundo.

Hoje é possível identificar os sintomas entre 1,5 a 3 anos de vida, com ajuda de diagnóstico médico por meio de observação, não requerendo exames laboratoriais ou de imagem.

O autismo não tem cura. Os tratamentos visam a amenizar os problemas decorrentes e são multidisciplinares: médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos são acionados para darem melhor qualidade de vida aos autistas. Quanto antes sejam diagnosticados, maiores são as chances de melhoras.

Guto Maia, para entender o que acontecia com o filho e ajuda-lo a enfrentar a vida, tornou-se um estudioso do tema, promovendo, inclusive, a formação de um grupo de pais de autistas com a finalidade de se ajudarem mutuamente a melhorar a qualidade de vida e aumentar o grau de felicidade dos filhos diagnosticados como autistas. Para Guto é fundamental que a família e as pessoas em torno tenham a consciência da importância do amparo e de demonstração de amor e apreço pela criança autista. Para qualquer indivíduo é gratificante saber que é amado e estimado pelos seus pais, irmãos, avós, enfim, por toda família e amigos. Para uma pessoa com qualquer tipo de deficiência torna-se muito mais importante as demonstrações em razão de sua fragilidade em comparação com as pessoas que o cercam. Uma criança tem a capacidade de perceber o comportamento e de entender as reações das pessoas com as quais convive. Uma criança com deficiência sente e repara que ela é diferente e que tem limitações que a impede de agir como as pessoas que lhe servem de referência, mesmo que não entenda o porquê. Isso lhe provoca irritação, contrariedade e baixa estima por não conseguir fazer o mesmo e não atender as expectativas dos pais. Estas reações são comuns, também, em crianças aparentemente sem deficiências, mas que têm seu tempo de amadurecimento retardado em comparação com outros, não conseguindo realizar o que os pais lhes propõem. Nesses momentos, mais ainda, é importante a demonstração de amor e compreensão, estimulando sem cobranças ansiosas, entendendo que cada um tem seu grau de dificuldades que devem ser vencidas com perseverança, contudo sem estresse e sem cobranças depreciativas ou desestimulantes. Esse grau de compreensão deve ser muito maior quando a criança tem algum tipo de deficiência, pois ela percebe que tem algo diferente, o que deve causar medo, angústia, dor, irritação. Saber-se amada, alivia os sentimentos ruins e encoraja lutar para melhorar.

Pelas observações, experiência própria, estudos e discussões no grupo de pais de autistas, Guto tem a certeza que é uma situação angustiante para os pais a constatação de que seu filho tem algum tipo de limitação. Mas, ele prega, há que se ter a compreensão de que existem coisas na vida que podemos e devemos mudar, contudo outras não se tem a possibilidade de modificar e a deficiência é uma delas. Constatada a irreversibilidade, o melhor remédio para os pais é a aceitação. Não tendo outra alternativa, conformar-se com a realidade aquieta o espírito permitindo aos pais focar a atenção para o que podem fazer para melhorar as condições de vida e a felicidade do filho. Apaziguado os sentimentos, os pais têm mais possibilidades de transmitir segurança e serenidade para ele. A criança percebe os sentimentos de contrariedade, angústia, infelicidade e de aborrecimento dos pais, o que lhe causa sentimento de culpa, pois entende que é por causa dela que os pais estão infelizes e isso os faz sentir pior. Com a aceitação, diz Maia, os pais podem transmitir amor, tranquilidade e felicidade, melhorando a autoestima do filho, possibilitando progressos e bem-estar por perceber ser amado.

Um segundo ponto que os pais devem ter em mente, afirma Guto, é pedir ajuda. A tendência dos familiares e amigos é se afastarem do convívio. Tendo a humildade de pedir auxílio e colaboração, facilita a aceitação e a colaboração das pessoas. Há que se buscar ajuda externa também. Quem professa alguma religião, busque o conforto da sua comunidade. Pesquise e descubra grupos de pais e amigos de pessoas com os mesmos tipos de deficiência onde possa compartilhar as experiências comuns, se inteirar dos conhecimentos adquiridos, participar de ações coletivas em busca de melhores condições dentro da sociedade.

Terceiro ponto: aceitar ajuda de bom grado. Guto Maia afirma que é difícil, de maneira geral, as pessoas procurarem ajuda e, principalmente, aceitar este amparo. Diversas razões levam a isso, uma delas é o orgulho. Conscientizar-se que todos temos nossas fragilidades, principalmente quando se enfrenta uma situação difícil, como ter um filho com deficiência, é um passo importantíssimo para minorar as angústias, enfrentar a vida e permitir uma melhor condição de existência para o principal protagonista: o filho.

Nas conversas e discussões no grupo de pais de autistas, Guto Maia lembra sempre que um quarto ponto a ser observado é a gratidão à ajuda recebida, o que estimula as ações entre as pessoas e cria um ambiente de colaboração e compartilhamento de vida.


Sobre o autor

VIRGÍLIO PEDRO RIGONATTI é um escritor paulistano, nascido em 1948.

Teve seu primeiro livro, MARIA CLARA – A FILHA DO CORONEL, lançado em 2016, pela editora Gente. Na sequência, publicou, em 2017, CRAVO VERMELHO e, em 2018, MARIA CLARA – A CONQUISTA DE UM LUGAR AO SOL, ambos por sua própria editora a LEREPRAZER. Lançou recentemente o livro ELÉTRON - DO BIG BANG AO MUNDO 4.0, e lançará o próximo no começo do próximo ano, com o tema sobre deficiência física e intelectual, cujo capítulo sobre AUTISMO está aqui disponibilizado gentilmente pelo autor. Seu sexto livro, um romance sobre o amor na terceira idade, será lançado em março de 2020, com o título de NO OUTONO TAMBÉM NASCEM FLORES.

Nascido em 22 de março de 1948, no bairro de Vila Anastácio, na cidade de São Paulo, Virgílio Pedro Rigonatti começou a escrever aos 60 anos. Desde sempre o contador oral das riquíssimas histórias da família, descobriu um prazer imenso em escrever ao registrar em um blog a trajetória do clã. Após lançar seu primeiro livro, Maria Clara, a Filha do Coronel, pela Editora Gente, romance baseado na vida de sua mãe, decidiu fundar a sua própria editora, a Lereprazer, cujo título de estreia é Cravo Vermelho, uma história sobre 1968, o ano mais tenso da ditadura.

Leia a resenha do seu primeiro livro: MARIA CLARA - A Filha do Coronel: http://bit.ly/34hIhZT

      
ELÉTRON - DO BIG BANG AO MUNDO 4.0
Mais recente livro lançado por Virgílio Pedro Rigonatti

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Professor Guto Maia recebe homenagem na Câmara dos Vereadores de São Paulo

DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA - Uma alegria infantil 


A gratidão nos impulsiona!
Sou muito grato ao Destino por haver me concedido essa sabedoria ainda a tempo. Nunca será tarde para a gratidão. Tenho-a praticado nos últimos 20 anos e isso tem sido motivo de prosperidade.
A integridade e virtuosidade são irmãs da gratidão. Essas três juntas são imbatíveis. Elas imprimem verdade em toda ação ou atitude. Somos professores, por isso, temos a obrigação de sermos exemplos, e esse é o maior deles que pude dar para os meus alunos, meus filhos e meus amigos.
Por isso, hoje me sinto pleno e posso afirmar, com todo o exagero a que me permito, que ontem foi o dia mais feliz da minha vida. Um dia de alegria infantil, que é a mais radiante e sincera sensação que um ser pode experimentar, e todos a conhecemos um dia.
Nunca me senti tão em casa como ontem, na minha cidade, acolhido, reconhecido e amado como todo ser humano deveria se sentir todos os dias. O Pedro representava todas as pessoas que amo e que gostariam de estar presentes comigo naquele momento. Ele representava também todas as pessoas que já se foram da minha vida, mas que também gostariam de estar comigo naquele momento. Sensação é uma coisa pessoal e intransferível. E a que vivi foi única! O Pedro também é a representação viva dos 20 anos de dedicação diária a uma convicção: a de que o ensino requer generosidade extrema e renúncias. Sem isso, a Educação nunca evoluirá. O educador tem que ter certeza de que está construindo seres humanos muito melhores que ele próprio, senão o seu egoísmo e vaidade impedem que seus alunos cresçam. Continuarei acreditando nisso e continuarei buscando viver novos momentos plenos como ontem. Agora eu descobri o caminho e ele é feito da construção no dia a dia. Não há segredo e não há mistério. Trabalho, perseverança e valores constroem resultados esperados, sejam eles quais forem para a nossa realização.
Tenho uma gratidão especial a registar ao Gaetano Brancati Luigi, alguém que aprendi a admirar profundamente pelo convívio diário dos últimos anos, e que considero um exemplo de perseguição de sonhos para torná-los realidade. Isso é pura alquimia. Sou testemunha do quanto isso requer retidão de caráter e força de espírito solidário para superar obstáculos aparentemente intransponíveis em certos momentos. Luigi tem uma força impressionante!
Agradecimento ao vereador Gilberto Natalini, anfitrião dessa homenagem aos professores, na Câmara Municipal de São Paulo.
Minha gratidão para com a Associação Comercial de São Paulo também é muito grande, principalmente por um aspecto sentimental: meu pai na minha infância já era associado e retornar agora como conselheiro, me enche de boas lembranças e responsabilidades públicas, o que me encanta. Em tudo o que faço especialmente nos últimos 20 anos, procuro ter o acompanhamento do maior número de pessoas possível, pois sei que não falo mais por mim apenas, e sim em nome de muitos alunos e familiares que não têm voz. Tenho por obrigação de ofício representá-los dignamente. O meu trabalho como professor é voltado para um público vulnerável que não pode ser desiludido.
E os agradecimentos seriam intermináveis para pessoas que correm conosco no dia a dia, como a Rossana Rosengarten, minha companheira incansável que não perde a lucidez; aos meu filhos, Demian, Diego e Cauê, que também são professores, mestres, doutores nas suas áreas, o que muito me orgulha. E, agora, o Pedro, que aos 20 anos também se tornou professor, meu assistente. A minha realização está completa e o meu legado construído. Daqui pra frente serão os melhores anos da minha vida. Escolho isso.

https://doisdobrasil.com/

sábado, 8 de junho de 2019

Década da Inclusão


Apresentação do Projeto DÉCADA DA INCLUSÃO no MEMORIAL DA INCLUSÃO
Dia 08 de junho de 2019
Nascendo Forte

Pedro:
Não é só o sol que guarda no rosto o dom e o charme de brilhar.
É ser diferente. É fazer o sorriso soar pelo rosto.
É ser mais alegre. É fazer dos segredos os passos sombrios, pausados e desajeitados.
É ser especial, não basta ser homem, crescer a matéria.
Tem que envelhecer, brincando de roda até morrer.
É ser imortal, dar vida ao sonho.
O sonho e a Arte!

Bom dia!
Eu sou o Pedro Rosengarten, tenho 20 anos, sou autista, trabalho na Drogasil há 2 anos e meio, terminei o Ensino Médio no CEEJA Clara Mantelli, faço teatro-musical na Oficina dos Menestréis há 5 anos, dança na Galeria Olido, promovido pelo instituto Olga Kos, e quero fazer Faculdade de Ciências Sociais, para seguir para Antropologia, com especialização em Estudos Africanos, com ênfase em Genética Humana.
Dou palestras sobre Inclusão, Mercado de Trabalho e Acessibilidade com meu pai, ele é o Guto Maia!”

Guto:
“Bom dia, estamos muito honrados de apresentar um projeto inédito: a “DÉCADA DA INCLUSÃO” no Memorial da Inclusão, que é o nosso porto seguro, de onde partimos e sempre voltamos para validar novas caminhadas nesse terreno árido da inclusão. Esse é o nosso terceiro grande projeto a partir do Memorial: o primeiro foi “CIDADES QUE ME DIZEM RESPEITO”, que já visitou 10 cidades e um país; o segundo foi “I PRÊMIO MARCO DA PAZ – INCLUSÃO SEM LIMITES”, no dia Internacional da Pessoa com Deficiência, e já instituído no calendário da cidade em 3 de dezembro, parceria com a Associação Comercial de São Paulo, onde atuo como conselheiro consultivo e curador de Inclusão, no Gabinete Marco da Paz, do Sr. Gaetano Brancati Luigi, grande apoiador do nosso ativismo inclusivo.

Agradecemos imensamente a Elza Ambrósio, Renata e Equipe Técnica do Memorial pelo apoio competente e carinhoso; e à Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na pessoa da sua líder, Dra. Célia Leão, por nos permitir estar na sua casa hoje; e a todos os conselheiros e convidados presentes.

JUSTIFICATIVA
Este projeto inédito é a constatação clara e nossa aposta de que estamos entrando na "DÉCADA DA INCLUSÃO" - Os novos Caminhos do Ensino Aprendizagem, onde tudo será oferecido por multimeios e de forma multidisciplinar. Professores, educadores, gestores em geral e empreendedores têm que se conscientizar de que ninguém ensina mais apenas, sem aprender simultaneamente. A internet criou essa via expressa de mão dupla. Quem não aceita vai ficando fora do mercado. Mais do que nunca viveremos a Era do Empreendedorismo Educacional, onde todos aprenderão e ensinarão simultaneamente. O professor será a partir de agora um mediador, um apontador, um curador. A prepotência do "Senhor do Saber", que alguns mestres ostentavam, não existe mais.

GESTAÇÃO E PLANEJAMENTO
O nosso PROJETO DÉCADA DA INCLUSÃO, foi gestado dia após dia, durante os 20 anos de aprendizado diário com o Pedro, meu filho autista, e meus alunos com deficiências. Buscamos a qualificação e certificação dos conteúdos no Memorial da Inclusão, nos preceitos da ONU, e, sobretudo ouvindo e seguindo quem sempre lutou pela causa inclusiva, os ativistas que nos antecederam, muitos desses precursores inclusive estão aqui nessa sala hoje, a quem somos imensamente gratos. Transformamos os nossos defeitos em qualidades graças a eles e entregamos agora da forma mais honesta e sincera possível.

PARCERIAS
Teremos, além da Associação Comercial de São Paulo e do Memorial da Inclusão, o apoio e parcerias de várias entidades nacionais e internacionais já construídas como a Phorte Educacional, Pós-Graduação Estácio, Faculdades FMU, Faculdade de São Caetano, Faculdade Dourado, UNIP, Projeto JEDA Santo André, Oficina dos Menestréis, Instituto Olga Kos, Demian Maia, Drogasil, Clinica de Especialidades Figueiredo & Lima, SAICA Municipal de Taboão da Serra, IBFC Taboão, Unibes, Escola La Rueda Chile, Universidad Politécnica Salesiana del Ecuador, e tantas outras instituições que se incorporarão no decorrer da caminhada. O projeto dará suporte a várias associações de pessoas com deficiências, das quais uma delas tenho especial orgulho de fazer parte da coordenação: o PROJETO AUTISTAS INDEPENDENTES, que representa 40 famílias de autistas adultos e cujas coordenadoras estão também presentes: a Silvia Jansen (geneticista) e Maria Auxiliadora Araújo Silva (psicóloga). Outro instituto ao qual somos ligados é o NEED (Núcleo de Especialização e Estudo das Deficiências), que atende 50 famílias na região de Heliópolis, e muitas outras instituições, corporações, empreendedores e empresários que se associarão ao Projeto nas próximas etapas.

PESQUISA CIENTÍFICA
A nossa proposta na área da pesquisa é criar uma década de incentivo à INICIAÇÃO CIENTÍFICA INCLUSIVA em todas as áreas do Conhecimento, incluindo óbvio pesquisadores com deficiências. O desafio é fomentar uma nova geração de jovens cientistas brasileiros que serão especialistas no Universo Inclusivo nos próximos 10 anos. Isso ajudará nos diagnósticos rápidos e literatura de apoio confiável. Simultaneamente, vamos prospectar, capacitar, qualificar e credenciar novos multiplicadores: palestrantes, ministrantes de cursos profissionalizantes para pessoas com deficiências e seus familiares. A empregabilidade estará permanentemente na pauta, repercutindo inclusive tudo o que se discutirá hoje, dia 8 de junho de 2019, nos painéis da mesa seguinte que será composta por palestrantes que vão falar sobre empreendedorismo, nesse evento organizado pelo Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.

PALESTRAS, CURSOS PROFISSIONALIZANTES
Nossa meta é também criar cursos em nível superior adaptados às pessoas com deficiência, pós-graduações, etc, onde os professores serão inclusivos.
E aprofundar as discussões sobre saúde, direitos, emprego, políticas públicas, estudo e moradia digna para pessoas com deficiências jovens adultos e idosos, e seus familiares.

LANÇAMENTO NACIONAL DOCUMENTÁRIO
Hoje, com muita alegria, numa parceria com a Inima Produções, para marcar essa data importante, apresentamos o primeiro produto dessa caminhada: faremos o Lançamento Nacional de “SINGULARIDADES – UM OLHAR SOBRE O AUTISMO”, um documentário sobre quatro famílias de autistas, criado por dois jovens diretores mineiros Gabriela Bandeira e Humberto Luiz.
Teremos o prazer e a honra de tê-los conosco para uma conversa depois da sessão. Aliás, serão duas sessões, por causa da quantidade de inscrições que tivemos. O filme tem lançamento numa coprodução da GM Educacional e Inima Produções, liderada pelo ator e diretor, Deivid Miranda.

Teremos sessões: 14:00 e 15:30.

E, aguardem a divulgação dos próximos eventos dentro da DÉCADA DA INCLUSÃO.

E fica desde já marcado - anotem nas agendas, por gentileza, o nosso próximo encontro de todos nós nesse auditório, para o dia 8 de junho de 2029, onde cada um de nós trará as suas produções científicas criadas em 10 anos em prol da Inclusão, e que serão apresentadas em painéis de prestação de contas.

SOBRE O MEMORIAL DA INCLUSÃO – OS CAMINHOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
http://bit.ly/2K2UgoJ

Grande abraço a todos e muito obrigado.
Guto Maia (Curadoria do PROJETO DÉCADA DA INCLUSÃO)

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GIF: Nascendo Forte
#pracegover: Filhote de elefante correndo na beira da praia


FOTO
#pracegover: Foto do prédio arredondado de vidros negros do Memorial da Inclusão – SP
Obra do arquiteto Oscar Niemeyer, http://bit.ly/2Io4BIA, 1991; No alto da imagem, à esquerda lê-se: “DÉCADA DA INCLUSÃO”, abaixo, do lado esquerdo, logomarca com circulo sobre forma quadrada, dividida ao meio pelas cores azul e branco. No círculo, as letras de “GM Educacional”, com subtítulo “Soluções Universo Inclusivo”; Na parte direita da imagem uma faixa branca vertical, onde lê-se no alto “08 JUN 19” e na parte baixa 08 JUN 29. No centro, a logomarca com uma borboleta com dois traços em semicírculos à esquerda, nas cores em tom pastel: lilás, azul e laranja, onde lê-se: “MEMORIAL DA INCLUSÃO – Os caminhos da pessoa com deficiência”.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Palestra: Dilemas da Educação Inclusiva


Inscrições no link: https://bit.ly/2v3ewgd 
Palestra com Prof. Guto Maia
Participação Especial: Pedro Rosengarten Baptista e Convidados.
Pós-Graduação da Estácio - Unidade Bela Vista
Rua Treze de Maio, 681

Dia 04 de maio, sábado, das 10 às 12 horas
É gratuito.

Inscrições no link: https://bit.ly/2v3ewgd 

A teoria das três malas
Todo ser humano carrega TRÊS MALAS IMAGINÁRIAS:
POSSIBILIDADES, EMOÇÕES e SOLUÇÕES.
Essas três malas CONTÉM tudo o que usaremos na viagem da VIDA.
A cada momento somos exigidos a usar uma delas ou mais.
Quanto mais conteúdo armazenado em cada uma delas, mais saberemos enfrentar os PROBLEMAS, CONFLITOS E DILEMAS.
PROBLEMAS são trazidos de fora pra dentro.
CONFLITOS são relacionais internos e externos.
DILEMAS são levados de dentro pra fora.
Essas três malas são o nosso TESOURO INEXPUGNÁVEL.
Não podem ser roubadas, pois cada um as tem dentro de si.

"Que as minhas palavras sejam justas com os justos, resistam à hipocrisia dos hipócritas, sejam divertidas e honestas para as crianças; confiáveis para os adultos e sóbrias para os sábios. Mas, cordiais com quem quer que seja, sobretudo.
Sou professor."
Guto Maia